Justiça
Alvo de operação, Dilmar reclama de “exposição desnecessária”
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O suplente de deputado Pedro Satalite, que teve casa vasculha, disse que “não tem nada a esconder”
O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM) afirmou que recebeu com “estranhamento” o mandado de busca e apreensão cumpridos em sua residência, em Sinop, nesta sexta-feira (14).
Dilmar é um dos alvos da terceira fase da Operação Rota Final, que apura suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação do setor de transporte coletivo rodoviário intermunicipal.
A Rota Final foi deflagrada por agentes do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Por meio de nota, o advogado André Albuquerque, que faz a defesa de Dilmar, disse que buscará ter acesso aos autos do processo para entender os motivos do mandado de busca e apreensão e classificou como “exposição desnecessária”.
“A defesa irá buscar informações junto ao Processo Judicial bem como, junto ao Gaeco-Naco para saber quais foram as razões que levaram a tamanha exposição desnecessária para com o Parlamentar, além de outras medidas que entender serem necessárias”, consta em trecho da nota.
A defesa de Dilmar afirmou que ele já prestou esclarecimentos ao Gaeco no âmbito da operação, no passado, e esteve disponível a novos esclarecimentos.
“[…] Não entende os motivos pelos quais foi alvo de busca e apreensão pelo Gaeco, uma vez que já prestou depoimento no processo perante o Gaeco/Naco anteriormente, sempre se colocou a disposição para qualquer outro esclarecimento, sendo assim, estranhamente, foi alvo de Busca e apreensão de documentos e bens eletrônicos”, disse.
Pedro Satélite
O suplente de deputado estadual Pedro Satélite (PSD), que também foi alvo e teve sua residência vaculhada, diz que recebeu os agentes com tranquilidade.
“Eu estou mais que tranquilo. É a primeira vez que alguém vem na minha casa sob mandado judicial. Para mim foi a mesma coisa que se tivesse vindo um pastor ou padre para benzer minha residência. Não tenho nada a esconder”, afirmou.
“Entendo que o Gaeco faz o papel dele, e tem que fazer, para mostrar a sociedade quem deve e quem não deve. Quem deve com certeza vai pagar. Eu não vou pagar por que não tem nada de errado”.
Terceira fase da Rota Final
Além das buscas nos endereços dos dois políticos, os agentes tentaram cumprir a ordem de prisão preventiva do empresário Eder Pinheiro, dono da Verde Transportes, que seria o líder do esquema, mas ele não foi encontrado.
Está sendo cumprida, ainda, ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões.
O montante abrange vários imóveis, dois aviões, vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.
A investigação, iniciada na Polícia Civil, foi encaminhada Gaeco em meados de 2019.
O inquérito policial possui 47 volumes de elementos de informações. Mais de 20 pessoas são investigadas.
Veja nota do deputado Dilmar na íntegra:
O Deputado Estadual Dilmar Dal Bosco, juntamente com seu advogado, André Albuquerque, vêm a publico, manifestar, através de nota, sobre o mandado de busca e apreensão, cumprido pelo GAECO e NACO, cuja operação é denominada como “Operação Rota Final” em sua residência oficial, na cidade de Sinop, deflagrada na manha desta sexta-feira (14) conforme o que segue abaixo:
1- O mandado de busca e apreensão, foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, pelo desembargador relator, sr Marcos Machado;
2- O Deputado Dilmar Dal Bosco através de sua defesa, não entende os motivos pelos quais foi alvo de busca e apreensão pelo GAECO, uma vez que já prestou depoimento no processo perante o GAECO/NACO anteriormente, sempre se colocou a disposição para qualquer outro esclarecimento, sendo assim, estranhamente, foi alvo de Busca e apreensão de documentos e bens eletrônicos;
3- Cumpre informar que o Deputado Dilmar Dal Bosco não foi denunciado formalmente, não é Réu no processo denominado Operação Rota final, que apura crimes ligados ao setor de transportes;
4- Cabe dizer também, que contrariamente ao que está sendo veiculado na mídia, não houve expedição de mandado de busca e apreensão no Gabinete do Deputado Dilmar Dal Bosco, na Assembleia Legislativa, houve apenas em sua residência particular em Sinop, da mesma forma que não houve sequer pedido de bloqueio de bens ou pedido de prisão contra o Deputado, até porque, o mesmo não é Réu no processo;
5- A busca e apreensão realizada na residência do parlamentar em Sinop visa encontrar documentos que poderiam ligar o Parlamentar a ter qualquer relação com os acusados. Porém, nada fora encontrado, que conclua tal ligação do Parlamentar aos envolvidos.
Sendo assim, a defesa irá buscar informações junto ao Processo Judicial bem como, junto ao GAECO-NACO, para saber quais foram as razões que levaram a tamanha exposição desnecessária para com o Parlamentar, além de outras medidas que entender serem necessárias.
Midianews.com.br